domingo, 8 de dezembro de 2013

Prólogo



Prólogo

Nos contornos cinzas cinze indícios de vida, no alto daquelas torres de concreto. E no entorno, a tinta finda azul, despercebida no asfalto daquele escuro mundo infesto. Essa figura está dentro de uma janela e fulgura em sua torre dentre milhões de torres. Era ela dentro de um apartamento. Visões que sangram vastidões, era ela em tantas janelas, transpondo a esperança e o sonho.
Essa dança, na falsa instancia de uma existência adulta. Existência forçada e moldada em uma função aquém, terceira  e estranha.
E ela dança e se enleia em exóticos tóxicos dissolvendo-se em sua existência. Na latência de um Nada num gozo tênue e infesto de imagens. Engrenagens de algum sabbath oculto que permanece sobre o inferno empesto sob o asfalto. Do alto, no interno casulo, desconhece o barulho do mundo sob seus abrolhos. Um inferno.
O inferno fulgura como brasas após um incêndio. Forma-se presente, frente aos olho vivos como uma escultura. E ele pulsa, nas luzes do que fora uma cidade, ele pulsa como um parasita sobre a realidade.
E esta, se contorce.