quinta-feira, 13 de março de 2014
Tema: Eu sou um pássaro, preciso fazer um parto para salvar o mundo.
Tema: Eu sou um pássaro, preciso fazer um parto para salvar o mundo.
- Enfim, acabou o universo. Totalmente e efetivamente. Isso me torna a pessoa mais importante para o universo. Mas minha consciência continua. É isso? Porque tudo apagou tão de repente? Eu senti o chão se desmanchar, junto comigo.
- Sim, sua consciência continua.
- Quem diz isso? Tem mais alguém aqui?
- Sim, mas não sou relevante, continue a se lastimar, desgraçado.
- Ótimo, então, sabes porque só eu e você restamos?
- Obviamente.
- E?
- Você sabe muito bem, você quebrou a lógica dentro do discurso que mantém o universo funcionando.
- Discurso?
- É aquela parada do Eu, do Outro, e do Eles. O trio que se elevado ao infinito rege toda a complexidade do
universo em uma forma de equilíbrio. O "verbo" e tal.
- Eu fiz isso?
- Sim.
- Onde?
- Naquele bar, você devia estar bêbado, aliás, você estava.
- Por isso que não me lembro.
- Legal né? O momento mais brilhante de toda a consciência no cosmo feita por um bêbado que nem tem o
ensino médio.
- Se eu tivesse um corpo estaria gesticulando para você agora. Mas bem, e agora, como é que fica? Esse é
meu castigo?
- Neem, pois bem. Vamos ter de refazer o universo.
- Porque?
- É assim que se brinca o jogo.
- Isso me parece Douglas Adans...
- Ele sabia, mas não conhecia a lógica. Eu falei pra ele.
- Quem é você afinal?
- Eu sou o Barney, seu filho da puta. Isso importa agora?
- Não foi minha culpa.
- Isso importa agora?
- Bem, levando em caso a gravidade do caso, talvez não.
- Você tem de refazer a lógica do universo.
- Como?
- Justifique ele.
- Preciso fazer isso?
- Você pode também voltar no tempo como uma ave e ajudar no parto da pessoa que ira matar você antes
disso.
- Como você é engraçado.
- Tanto faz.
- Eu preciso realmente fazer isso? Porque você não faz isso?
- Eu já fiz, e agora estou passando pra você. É seu turno. Tava indo legal até agora, mas você, poderia ter
sido um fim mais divertido. Uma epifania que não viesse de uma pessoa bêbada num bar. E depois será
você que irá assistir o seu universo se expandir através de sua lógica, talvez não demore muito, pelo visto.
- Isso é inveja, não é verdade?
- ...
- Sabia.
- Preciso realmente fazer isso? Tem a outra opção também?
- A do Pássaro. Sabe, eu fui um grande sábio no meu universo, eu fui realmente brilhante. Eu vivia como um
príncipe, na realidade eu era um, mas ao conhecer o sofrimento, foi ai que eu comecei a trilhar meu
caminho, a saber que a realidade não consistia...
- Eu não sou seu psicólogo. Eu quero voltar a tudo o que era antes, eu posso fazer isso?
- Tem o pássaro.
- Isso já perdeu a graça, cara...
- É sério, não sei porque. Mas tem o pássaro.
- Isso tu não conseguiu desvendar né espertinho!
- Desvende então.
- Certo, que coisa idiota. Mas eu escolho o pássaro. Nunca fui muito bom com redação.Mas isso não
causaria um colapso no espaço e tempo e tudo mais.
- Percebo.
- O que?
- Sem colapso, cara, não inventa ok?
- E então, e agora?
- Agora você acorda.
*******
"Vira Bosta invade hospital e ajuda mulher grávida a conseguir atendimento"
Ataíse Nunes, uma paciente do Hospital pôde nos afirmar que na tarde da última quinta feira, Neusa da
Costa Farias tinha entrado no hospital regional da cidade de Canoinhas. Em situação crítica, com a grávida e
prestes a ter um filho, porém não recebe atendimento devido a não estar cadastra no sistema único de
saúdo além do obstetra ter afirmado que estava em horário de almoço. Mesmo com a situação crítica ela
tem o atendimento negado até o momento em que um Chupim(vulgo vira bosta) entra no hospital
atacando o obstetra e defecando em seu sanduíche. O pássaro, segundo testemunhas, continuou a atacar o
obstetra até que o obstetra saísse de sua sala, em desespero, sendo este depois coagido a atender a
parturiente pelas pessoas no local. Está é a primeira vez que se tem registrado o fato de um Chupim salvar
uma mulher em situação de parto.
Encontro com Deus
Encontro com Deus
Estou ficando velho. De certa forma, todo este processo em minha construção só corresponde a uma busca e a elevação de minha consciência. É simples, basta se afastar de seus semelhantes, intervir no desenvolvimento natural de um planeta e ampliar sua onisciência a partir da fundação de si com a forma de viva consciente nele, como um parasita, mas um parasita com maior controle.
Torno-me uma divindade,
outra espécia de realidade me transfigurando de acordo com as
expectativas realizadas destes seres.
Um tanto quanto simples
se com a tecnologia ade guada, toda a minha criação corresponde a
um plano estrutural bem construindo, bastando interferir no
pré-câmbrico para o ordoviciano, como vocês
chamam, controlando assim a respectiva multiplicidade de formas para
uma que fosse mais de acordo com o meu “gosto pessoal”.
De resto, bastava-me
repetir o processo até que me viesse algo do qual eu me
interessasse. De um grupo de seres que eu achei em início
infrutíferos, pequenos ratinhos medrosos e desprezíveis, acabou
por surgir um caminho tão irônico quanto. Até mesmo eu não pude
acreditar que tomariam o controle algo vindo de origem tão
miserável. E continuando assim, por muito tempo.
Vocês não passam de
ratos assustados, enfiados em seus buracos tentando encontrar ou
inventar respostas para tudo aquilo que os perturba, isso é
engraçado. Creio que seja isso, engraçado, é o que em sentiria se
eu tivesse esse tipo de mecanismo em minha estrutura.
Mas é neste sentido
que veem a troca, eu criei esta sua espécie úmida e torpe como
forma, já dita, de me ampliar, minha onisciência consiste no
desenvolvimento de um processo onde faço parte dos sentidos e
sentimentos, sinto e vejo o que cada ser neste ponto no espaço
consegue ver e sentir. Os horrores e deleites, coisas que sua espécia
perturbada criou, desenvolveu em um jogo insano pela busca da
realidade que os decepciona. Imersos em um coquetel químico que
minha espécie não conheceu, é de certa maneira fascinante esta
perspectiva, mas um tanto quanto perturbadora. A concepção de uma
espécie que fica em uma linha que separa o espírito do animal, por
assim dizer, uma espécie consciente que veio do que os da minha
espécie considerariam como sujeira, capaz de variar entre o mais
sublime e o mais pérfido, nós não temos esta dualidade. Somos uma
constante no caos, necessitando de uma outra existência externa para
não definharmos no abismo de uma eterna imutabilidade, da estagnação
da energia essencial. Algo que sua espécie possui ululando em suas
cabeças.
Mas, isso não me
satisfaz, eu queria algo mais, e eu, como uma criança enjoada com
seus brinquedos quer procurar neles um aspecto novo para que eles não
sejam jogados num baú, ou neste caso, simplesmente apagados, como
quem desliga um desses computadores, que sua espécia tanto se esmera
esperando que seja algo produtivo. Neste sentido, eu desenvolvi uma
brincadeira, um jogo como vocês chamam, e a regra é simples. A cada
mil anos, eu resolvi gerar um único ser que não está infectado com
minha onisciência e este ser liberto, deverá me argumentar um
aspecto da humanidade que eu não tenha considerado ainda, algo belo
em minha concepção que me divirta por mais este tempo. As imagens
do fim estão em vossas memórias assim como muitos elementos que eu
configurei para que vocês se comportassem em um determinado padrão,
e tu podes acessá-lo através de seus sonhos ou pela representação
artística ou insana de seus semelhantes, em sua cultura,
manifesta-se pela palavra-chave Apocalipse, de um modo mais geral...
Por exemplo, um dos que
eu achei mais interessante, fora o medo da fatalidade de sua espécia,
que é, como sua espécie tem este aspecto úmido e físico,
metabólico, é uma máquina com um fim causado pelo desgaste e o
medo desta fatalidade, na busca de um sentido a ela fez em seu
desespero uma série de medidas que eu simplesmente considerava
anteriormente um erro, um defeito, como por exemplo, o último par de
dentes de suas arcadas dentárias defeituosas. Mas um deles,me
mostrou através da criação de uma cultura monumental, o desespero
correspondente e a ânsia por uma eternidade, de certo modo ele
pensou na mais simples argumentação que era o desejo de viver. Toda
uma civilização centrada neste desejo, sendo que por fim, como
plano fundamental deste semelhante a ti, através da poesia de sua
criação, aqueles grandes palácios aos mortos do outro lado do Rio
Nilo, que como ele me desafiou, está até este momento presente em
plano físico e em plano inconsciente em sua espécie, representando
este apelo pela eternidade. Ele me desafiou e ainda não venci. Estas
pedras empilhadas, estes palácios ele disse, estariam para mim, como
por toda a eternidade ou por toda a existência deste planeta como um
recado de que um dia esta sua espécie tomaria meu lugar.
Neste sentido, eu
coloquei mais uma regra nesta brincadeira, tens agora duas opções,
a primeira é argumentar de forma que me convença do futuro de sua
espécie. A segunda, é que não precisas fazer isto, mas ao invés,
poderás destruir ou apagar estas pirâmides mas terás uma perda e
também uma recompensa, eu apagarei todo este projeto, assim eu ganho
aquele desafio e posso torná-lo um semelhante a mim, por exemplo,
diferente daquele verme que me desafiou.
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